segunda-feira, 15 de junho de 2009

Dia dos namorados.

É noite. Durmo coberta num lençol branquinho. Sinto o cheiro dele, morno. A brincadeira de puxar minha orelha até eu responder que estou dormindo. Ele sempre retruca nessa hora "dormindo não, sonhando comigo". Ele está certo. No meu dormir, ele é sempre o senhor de muitas coisas, não todas, mas muitas delas.
Desce a mão pelos meus cabelos, procura a alça da camisola, reclamo que quero dormir. Não há como ele se importar com o tardar da hora.
Beija minhas costas, puxa meu cabelo, pede carinho. Ele é tão macio e carinhoso!
Informo que estou de mal porque ele faltou a mais um dia dos namorados, imagina, isso não pode acontecer! Não por anos, por 12 anos seguidos. É preciso vir nesse dia, tem que comemorar, ficar perto, dar o ar da graça.
O dia começa a clarear, ele se despede. Quando tento me virar para ver seu rosto, ele já foi. Voltou ao mundo dos sonhos.

Preciso acordar, já é quase dia.

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